terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Hac Nobis: LEAKSDerepente lembrei-me do Sr. Arnold Schwar...

Hac Nobis: LEAKS



Derepente lembrei-me do Sr. Arnold Schwar...
: LEAKS De repente lembrei-me do Sr. Arnold Schwarzenegger, acho que se escreve assim… Com aquela cara quadrada olhou-nos, e atirou ...
LEAKS




De repente lembrei-me do Sr. Arnold Schwarzenegger, acho que se escreve assim… Com aquela cara quadrada olhou-nos, e atirou “I’m back”. Não tenho nada a ver com o Sr. Schwarzenegger a não ser ter visto alguns dos seus filmes, como a grande maioria de nós, mas é verdade, I’m back. Andei a escrevinhar no blog um tempo depois a vida, e a preguiça…, empurraram-me para outras coisas. Agora de repente deu-me na cabeça voltar a escrever no Hac Nobis. E deu-me na cabeça pela pressão que, sobretudo as televisões, nos têm posto em cima com a história da Sra. Isabel dos Santos.
Há anos que andamos a ouvir falar que em Angola se vivia uma cleptocracia (a inevitável sra. Ana Gomes, entre outros, dixit…) e agora, de repente, caiu o Carmo e a Trindade que a filha do ex-presidente de Angola tratou de se locupletar com o dinheirinho público e com isso fez uma fortuna que espalhou pelos quatro cantos do mundo comprando aqui e ali, empresas, quintas, casas e sei lá mais o quê. Até trataram de nos mostrar a casinha de 50 milhões de dólares que comprou no Mónaco. Bom, ótimo, ficamos todos a saber, segundo as televisões preto no branco, as falcatruas que se andam por aí a fazer e o uso que alguns ditos poderosos dão ao dinheiro que subtraem ao erário público para uso pessoal. E quando dão as notícias, lá vem a reboque a informação que foi um consórcio internacional de jornalistas que descobriu tudo e tratou de expor a público toda a tramóia. Eu não tenho nada contra jornalistas, muito pelo contrário, sobretudo os que fazem do seu trabalho uma actividade honesta e limpa. Curiosamente nas últimas notícias apareceu uma sobre uma empresa norte americana, de lobbying, a Sonoran Policy Group, que está ligada à campanha de Donald Trump e ao governo da Arábia Saudita.  Esta empresa terá como finalidade arranjar reuniões entre a empresária e acionistas nos EUA e Reino Unido. Além disso, tem também de aconselhar e garantir cobertura mediática para a filha do antigo Presidente angolano e, plantar notícias pagas em vários jornais internacionais. Ora andar a plantar notícias pagas não me parece ser uma notícia muito abonatória para os jornalistas… mas adiante.
Dou comigo a perguntar-me porque surgiu isto agora ? Este consórcio de jornalistas começou a ser falado, que me lembre, quando surgiu por aí a notícia dos Panamá Papers, lembram-se ? Houve um barulho danado e depois nada aconteceu, que eu saiba. A outra pergunta é como chegou a dito consórcio a esta papelada toda ? 715000 documentos é obra…. Andaram a cuscar os computadores da Sonangol e das empresas da Sra. Isabel dos Santos ? Ou alguém achou que era a altura ideal para lhes dar a documentação toda ?
Seja como for, se depois desta barulheira toda, se se conseguir provar que a Sra. Isabel dos Santos andou a fazer cambalachos e retirar dinheiro indevidamente dos cofres angolanos, a consequência lógica será pagar na justiça os actos que cometeu. Ainda muita água vai correr debaixo das pontes e muitos ratos tratarão de abandonar o barco, cá e lá. Esta coisa dos Luanda Leaks faz-me lembrar os acontecimentos logo a seguir ao 25 de Abril, em que se viam nos jornais anúncios de inúmeras pessoas a dizer que nunca foram da PIDE, nunca tinham ouvido falar na PIDE e tinham raiva de quem soubesse o que era a PIDE…, os ratos têm este péssimo hábito de se pirarem dos navios antes que se afundem.
E depois deste barulho todo espera-se que o consórcio de jornalistas apareça, de novo, com intensas e claras investigações sobre os mediáticos casos domésticos, eu pelo menos espero. Que apareçam mais 715000 documentos sobre os desvios de fundos cá de casa, dos bancos que serviram para um conjunto de ratos se abotoarem com o dinheiro que não lhes pertencia e todas as falcatruas que andamos a ouvir falar há anos sem que nada aconteça.
Pode ser que alguém ache que é altura ideal para entregar documentação a um consórcio internacional de jornalistas e de repente novo boom e furos jornalísticos mas desta vez, a mexer com os ratos domésticos, aqueles assim pequeninos que nos assaltam as dispensas e, para nos livramos deles, é uma boa chatice.
Vamos a isso caros amigos do consórcio internacional ?